Violeta velha e outras flores (Patuá, 2014, contos), livro de estreia do ribeirão-pretano Matheus Arcaro é a reunião de 22 histórias densas. Porém, mais do que contar boas histórias, esta coletânea vai ao cerne da literatura: a linguagem. Para tanto, há um mergulho nas possibilidades estéticas que flertam com o poético: cada narrativa tem seu tom, seu tempo e a ótica mais privilegiada para se vislumbrar as tessituras do enredo. Aspectos que convergem para o desnudamento da beleza e do absurdo da condição humana.

Matheus acredita que o título seja uma espécie de metonímia do livro. “A violeta traz beleza em si, e a aliteração em V contribui para acentuar foneticamente tal beleza. Contudo, trata-se de uma flor perpassada pelo tempo: beleza e perecimento juntos. De modo geral, essa contradição (material com o qual a vida se faz) é a tessitura da obra e está em todas as outras flores”, explica.

O livro é prefaciado pelo premiado escritor Menalton Braff.