Neste livro, a relação entre psicanálise e cinema é analisada, combinando os conceitos de Jacques Lacan, de críticos, entre eles Béla Balázs, Christian Metz e, ainda, reflexões de cineastas-autores, entre eles Eisenstein, Godard, Fellini, além dos principais clássicos dos estudos psicanalíticos. Ao invés de psicanalisar os temas da obra cinematográfica mostra que o cinema funciona na fronteira do que pode ser dito e mostrado. Retoma elementos que são trabalhados tanto na teoria da psicanálise quanto na teoria do cinema, tais como o limite da realidade e da fantasia e os arranja com outra organização que se apóia na topologia de Lacan sobre o olhar. Não se trata simplesmente de ver, mas deslocar o olhar do olho da visão e descobrir o que constitui o imaginário, o real e o simbólico deste olhar. É um meio de cercar o objeto - o vazio iluminado. Uma das teses é que, através do olhar do espectador com sua própria bagagem emocional, psicológica, histórica e cultural, em que ele se torna objeto; o que era estranho se torna familiar.