O livro de Felipe Quartim Barbosa Cação está situado nesse vasto e reluzente território da Arte, debruçando-se na unidade entre vida e obra de Vincent van Gogh (1853-1890). Com grande sensibilidade investigativa, o trabalho é o resultado de seu competente e sensível Mestrado em História Social pela PUC-SP, e com a orientação atenta de Vera Lúcia Vieira. Pesquisa de grande fôlego, aciona nexos interdisciplinares de grande abrangência (como a Pintura, a Filosofia, a História e a Geografia) oferecendo uma fundamental articulação entre distintos campos do Saber, sempre a partir do comando seguro da centralidade da pesquisa. A articulação entre “Vida e Obra” de van Gogh é desenvolvida mediante conexões que apontam a inseparável – mas tensa – dimensionalidade entre as arenas familiar, econômica, social e política, na conformação da sensibilidade estética do homem-artista. E, nessa frente, é mesmo crucial a apreciação sobre Nietzsche na relação do sentido do “Trágico existencial” nos nexos entre o Apolíneo e Dionisíaco. No livro, há uma poderosa dialética entre tais condições de vida e o caráter libertador em suas obras. Os incertos passos da Criação, bem como os fascinantes termos da perenidade da obra de van Gogh, são mesmo universos a serem sempre visitados. Após a leitura, porém, não voltamos mais os mesmos às obras de Vincent van Gogh, e um sentimento de enlevo toma conta de nós. Prefácio de Mauro Luiz Peron.