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O estranho título deste livro provoca o leitor, desperta sua curiosidade, indica qualquer coisa a ser decifrada. Mas não se trata de uma charada, ou uma simples adivinha. Embora o título tenha também certo ar de metáfora lúdica, quase como se faria para encantar crianças, ao atribuir certa qualidade concreta a um substantivo ambiguamente abstrato.
A narrativa deste livro, dividida em duas partes e com seus capítulos numerados em següên-cia única, constitui um percurso de aprendizagem e formação de um narrador que percorre uma variedade enorme de discursos e experiên-cias. O narrador ao final está e não está formado por aquilo que narra. Sua fala não tem um lugar próprio, porque ela se desloca como em busca de todos os lugares, sem poder estar bem acomodado neste mundo e em sua dor.
O narrador movimenta-se por muitas falas, assumindo essa variedade como sua, mas sabendo que seu movimento deve dizer dos acertos e desacertos das coisas humanas. Aí ele retoma mitos e fábulas, narra as memórias individuais e coletivas, lê e deslê os textos de auto-ridade, tanto os religiosos como os sociologi-cos, conta de um ângulo novo ou diferente histórias que todos conhecemos. Sua variedade e ousadia têm algo da imaginação infantil, e também a invenção, às vezes bizarra, do homem dito "primitivo", e ainda o olhar dos marginalizados ou excluidos, dando a tudo um tom de pregação e profecia como se reencarnasse as possibilidades e esperanças de salvação.
E qual seria a dor muito grande dramatizada na narrativa de Paulo César Lopes? Ou seja, uma dor muito grande com umas asas enormes? Pois o título remete para esse vôo largo da narrativa e pode-se dizer que a dor aí tematizada é a da busca da alteridade. O conhecimento do outro é a possibilidade de construir relações verdadeiramente humanas, o que também não se faz sem que o eu passe a si próprio em revista e desdobre-se na busca de compreender o dife-rente.
Digamos ainda que a dor maior é o empreendimento do diálogo, limpo e honesto consigo proprio e com aqueles que nos rodeiam, mas também a compreensão dos danos que nos fazem, que nos fazemos, e fazemos aos outros. Essa narrativa é exemplar como narrativa e exemplo - penso que um gosto mineiro de contar histórias -, vazada em prosa e poesia, capaz de oferecer o prazer da leitura e a interrogação perplexa sobre o sentido da vida breve.
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Sobre o autor: Paulo César Lopes nasceu em Curvelo, entrada do sertão mineiro, em 25 de junho de 1965. É Doutor em Literatura Brasileira, pelo Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da USPPublicou Utopia cristã no sertão mineiro - uma leitura de A hora e vez de Augusto Matraga (Vozes); Cristianismo e budismo, um diálogo possível? (Paulus, no prelo); Sonho do verbo amar (Ateniense); além de artigos e ensaios em diversos jornais e revistas. É professor de Literatura Brasileira e pesquisador pela Universidade Camilo Castelo Branco.
Nome
UMA DOR MUITO GRANDE COM UMAS ASAS ENORMES
CodBarra
9788586372612
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
10/03/2004
Páginas
144
Peso
180,00
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