Uma alegria difícil é um livro sobre encontros.

Sobre a potência de se encontrar em outras existências, tempos e mundos.

Sobre tocar a distância com palavras e silêncios.

Dividido em cinco capítulos, é uma obra que busca companhia em um momento de isolamento.

Em Encontros, capítulo que inicia o livro, há encontros literários e artísticos, esbarrões muitas vezes inusitados: Mrs. Dalloway face a face com Ingmar Bergman, Pablo Picasso e Tia Tina na mesa do bar, Frida Kahlo e a vizinha do andar de baixo. Margueritte Duras, Lourenço Mutarelli, Katherine Mansfield, Clarice Lispector e outros escritores e obras dialogando com os mistérios do cotidiano.

Inspirado em narrativas orientais, no Zen budismo, em reportagens recortadas das revistas National Geographic e documentários científicos, Satori é o capítulo dedicado ao despertar e a compreensão de que a única coisa permanente que existe é a própria impermanência.

As grutas de Lourdes é um poema longo sobre ancestralidade e o desejo do reencontro. Uma história familiar de afeto e procura.

No capítulo que dá nome ao livro, Uma alegria difícil, há o reencontro da autora com a sua criança interior, uma viagem tragicômica ao passado que está sempre presente na memória. Já o último capítulo, Uma poeta velha, é uma mensagem que a Natasha Tinet do presente envia para si mesma e para outras poetas do futuro: que a nossa poesia esteja sempre conosco e seja reconhecida para além de uma biografia trágica.

Uma alegria difícil é uma obra cuja poesia é, ao mesmo tempo, criança, velha, ancestral e viajante. Uma poesia que quer andar de mãos dadas com todas as alegrias difíceis que fazem parte da vida.

Natasha Tinet