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Um homem, uma mulher e a cidade de Paris. Em Um circo passa, Patrick Modiano conta uma história de mistério, com tonalidades de romance policial – e de amadurecimento. O protagonista e narrador é Jean, um jovem de 18 anos que não estuda nem trabalha e vive em um apartamento às margens do Sena. Seus pais mudaram-se para o exterior, provavelmente para sempre, a fim de escapar de “problemas”. Paira o fantasma da ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Jean conhece Gisèle, pouco mais velha e mais experiente do que ele, quando ambos saem de depoimentos à polícia que ocorrem em circunstâncias nebulosas até para eles. Modiano, prêmio Nobel de Literatura de 2014 e um dos escritores franceses mais importantes da atualidade, dá início então a uma trama em que se forma uma pequena rede de desconhecidos. Os personagens vivem um drama típico das obras do autor, a impossibilidade de apreender o outro, assim como a realidade em sua inteireza. Os capítulos seguem sem assombro nem pressa, num texto preciso captado pela tradução do escritor Bernardo Ajzenberg, também autor do posfácio da edição.
Jean e Gisèle são contatados por uma dupla de homens suspeitos que lhe dão um carro para atuarem como mensageiros, sem explicações. Acompanhado por um cachorro, o casal se entrega à misteriosa missão enquanto sonha com a possibilidade de morar em Roma, onde Jean, aspirante a escritor, tem a promessa de trabalhar numa livraria. Tão importantes quanto esses personagens é o cenário de luzes e sombras de Paris, suas ruas e avenidas, jardins e monumentos, apartamentos, cafés, casas noturnas. Nos interstícios se desenvolvem os temas da dúvida, da memória e do esquecimento. Não por acaso, o anúncio do prêmio Nobel se referiu a Modiano como “Proust de nosso tempo”. Em seu discurso de aceitação, o escritor rememorou as caminhadas solitárias pela cidade que fazia quando criança. “Eu me tornei um prisioneiro da minha memória de Paris”, diria ele numa entrevista.
Modiano retoma frequentemente o período antecedente a seu nascimento, em 1945. Seu pai era judeu mas teve ligações com o colaboracionismo durante a Ocupação. Como observa Ajzenberg no posfácio de Um circo passa, o escritor pertence à “juventude esmagada que viveu entre os horrores da Segunda Guerra e as conquistas comportamentais e políticas que chegariam a partir do final da década de 1960”. Além de escritor, Modiano atuou bissextamente como roteirista. Seu mais importante trabalho no cinema foi o argumento de Lacombe Lucien (1974), dirigido por Louis Malle, sobre um jovem camponês que encara a cooptação pelos nazistas como um modo de subir na vida.
Um circo passa, publicado na França em 1992 e traduzido pela primeira vez no Brasil, é um dos destaques de uma carreira de mais de quarenta livros publicados em média a cada dois anos, sempre em construções lacunares que contribuem para o fascínio das tramas. Não é incomum que os enredos lembrem a fabulação e a ambientação dos livros de Georges Simenon, embora sem o desenlace-padrão dos romances policiais.
Nome
UM CIRCO PASSA
CodBarra
9786554610001
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Capa dura
Idioma
Português
Data Lançamento
20/03/2023
Páginas
144
Peso
260,00
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