O que você faria se começasse, em um dia qualquer, a escutar vozes estranhas que ninguém mais consegue ouvir? Foi o que aconteceu com Milton Roberto Gonçalves, que passou para o papel um pouco de suas experiências com os “fantasmas” das desordens mentais em livro surpreendentemente divertido e instigante. O romance Um Cavalo sem Nome (Editora Décor, R$ 22,00), o primeiro livro do autor, de 48 anos, conta a história de João Paulo, um homem que não quer outra coisa da vida senão um trabalho honesto e alguém para amar. O grande problema é conseguir equilibrar seus medos, dificuldades e princípios com tais desejos. Para piorar a situação, João Paulo se vê de repente forçado a se relacionar com um fantasma. Ao leitor, cabe ler para descobrir se isso é fantasia do personagem ou delírio puro e simples. O livro foi descoberto pelo arquiteto Arthur Casas, amigo de Milton desde a adolescência, e editado por Maria Eugênia Mourão. Para Arthur, o romance é uma história urbana como poucas, revelando o futuro incerto e a necessidade de sobrevivência de quem vive na cidade. A começar pela sobrevivência do próprio autor, que enfrentou uma série de diagnósticos inconsistentes e prescrições exageradas desde a juventude.