A cidade russa de São Petersburgo, com seu clima gelado e ruas enevoadas, é ambiente perfeito para a primeira história, O capote, de Nikolai Gógol. Nela acompanhamos os percalços vividos pelo funcionário público Akaki Akakiévitch e os surpreendentes fatos que, após sua morte, transformaram-no em uma figura mais interessante que a vida. O que há de verdade no manuscrito deixado por uma governanta que narra os fatos sobrenaturais vividos em um casarão de campo inglês quando cuidava de duas crianças? Essa é a pergunta que provavelmente o leitor fará ao terminar a última página da adaptação de A volta do parafuso, de Henry James, escrito em 1898, no qual se mesclam realidade e loucura, bondade e maldade, luz e sombra. Na São Paulo contemporânea, estranhos acontecimentos marcam a vida de Gabriel Alavasto, narrador e protagonista de Alavasto ou morrer não é bonito. Perseguido por fatos inexplicáveis por mais de trinta anos, a princípio Alavasto reluta em aceitar o inaceitável. No entanto, já mais velho, resigna-se à convivência com o sobrenatural – contra o qual não consegue lutar.