Considerando que a psicanálise não só desvela a existência inconsciente, mas também aponta para a emancipação do homem, Rogério Lustosa Bastos pretende debatê-la junto a algumas questões contemporâneas:
Primeiro, sob a leitura de Marcuse, partindo dos estudos freudianos da pulsão de Eros e Tanatos na interação com a cultura, repensa-se o Princípio do Prazer junto a um Novo Princípio de Realidade, mas sem o dano de destruir a si e ao “pacto social”;

Em seguida, a crítica a um saber científico que reduz seu objeto apenas às ciências naturais. Em contraponto a isso, a psicanálise tanto oferece um saber que é gerado com a incerteza e a subjetividade quanto ainda se apresenta como uma ciência à margem (a contraciência);

Por último, aproxima-se a escrita do psicanalista Joel Birman à do filósofo Gilles Deleuze a fim de se averiguar possíveis emancipações: aqui, vê-se que a escrita de Birman, estudando um feminino, afora não o reduzir à maternidade e questionar a dita perfeição masculina etc., põe em xeque a ordem falocêntrica e abre caminho para uma reconstrução múltipla do sujeito, inclusive nos papéis sexuais, rubricando uma estilística da existência.

Este livro dará ao leitor elementos para que entenda um pouco dos “não ditos” que dificultam o andar pelo território incerto da vida emocional e inconsciente. Isso sem contar que, lidando com esses “desvelamentos”, alguns poderão se construir e se reconstruir de forma inacabada, sobretudo por esse caminho de vital importância para o humano.