Thelma nos apresenta personagens e histórias que se interpenetram e transitam entre o real e o mistério, entre o passado e o presente, quase como produto da fantasia ou do sonho do autor, Luís Horácio, assombrado pelos fantasmas do abandono e da morte, que decide, ainda na sua juventude, “aprender a ficar invisível e depois aprender a ser outro”. Entrega-se assim a uma impetuosa metamorfose que transforma a sua percepção da realidade, das relações familiares e amorosas e, principalmente, de si próprio. A prosa exemplar, que poderia facilmente ser definida como poética, e a refinada imaginação do autor renovam a cada página o gosto pela leitura, misto de improvável e esperado, real e devaneio, história e memória, insólito e corriqueiro, abismo e imensidão, trazidas ao leitor com a mesma intensidade e com grande maestria para mostrar as inquietações de um homem cujas emoções e descobertas são uma homenagem à essência humana – e à literatura.