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Em Terra Dividida, a escritora Eltânia André oferece ao leitor a possibilidade de se tornar coadjuvante num voo por temas contemporâneos bordados no couro da pele das personagens, uma delas, a antiga artesã de sapatos naturais. Na Pirapetinga, palco principal, o inferno das aparências reina desde antes da revolução digital e persegue e cria marca de ferro nos seus habitantes em termos existenciais. Personagens não aleatórios pertencem a uma família e suas ramificações, fazendo-nos lembrar de A Sibila pela grande escritora portuguesa Agustina Bessa-Luís. A busca por Beatrice dispara a narrativa, resvalando em abismos já na abertura e preparando para o fim do que jamais termina verdadeiramente: um amor inebriado, a traição exposta e humilhante. Não é que o território, sobre o qual a gente se expõe, se divida com uma fissura na terra. O que encontramos nas páginas esteticamente elaboradas sobre o triângulo geográfico Pirapetinga, Rio de Janeiro e São Paulo, são mulheres e homens flagrados em suas rachaduras internas, cada qual como uma casa precisada de restauração. As divisões se insinuam nos percursos pessoais vivenciados em camadas sociais díspares, mas igualmente dificultosas. No mundo criado por Eltânia André, a vida não atravessa os personagens como atravessaria uma folha de planta. Esta vida em potência humana máxima, que atinge a todos como uma irrefreável força cósmica, corrói os corpos por dentro e aprofunda os desafios quando a matriarca sui generis da família, a mulher espinha dorsal, vem a desfalecer em sua varanda-mirante, um observatório. A estrada-metáfora surpreende em seus contornos, ameaças absolutas e minúsculas miragens de esperança. Terra Dividida não é um livro baseado numa visão simplista em preto e branco. Desenrola-se na zona cinzenta e real onde “não se pode cutucar uma caixa de marimbondos e sair ileso” e tampouco “caminhar a passos tão largos” quanto os imaginados. Portanto, em Terra Dividida, revela-se o indivíduo, objeto de suas circunstâncias como dita Gasset, diluído por estatísticas ou pelo próprio destino de seu país, conforme vaticinado na filosofia de Bauman. O gato Getúlio será decisivo em suas reações e acompanha a sucessão de fatos como se estivesse ao pé do leitor. Prefácio por Kátia Bandeira de Mello Gerlach
Nome
TERRA DIVIDIDA
CodBarra
9786586042122
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
28/01/2021
Páginas
316
Peso
377,00
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