Logo após o lançamento de Vaca contemplativa em terreno baldio, seu primeiro livro, em dezembro de 2011, Anelise Freitas começou a escrever o que seria Sozé. O seu primeiro livro, assim como os demais, tinha um experiência muito íntima com o corpo. Naquele primeiro livro, Anelise Freitas começava a desenrolar o projeto poético que culminaria no seu Sozé. O que pouca gente sabe é que esse livro se perdeu inúmeras vezes em discos rígidos defeituosos e cadernos com folhas soltas. Hoje, o ciclo se fecha nesse rito de passagem.

Sozé, publicado pelas Edições Macondo, o quarto número da coleção “Casa de Barro”, é um livro cíclico - onde tudo se encerra, mas também é o princípio de tudo. Dividido em cinco partes, o livro estabelece um estreito diálogo com a casa, perpassado por um erotismo da linguagem. A poética se estabelece em um jogo para além da metalinguagem, que resulta em um entroncamento entre corpo e memória. Anelise Freitas não tem somente um projeto poético, mas um projeto de vida, pois é assim que enxerga sua poesia.

Esse novo livro da coleção “Casa de Barro” é um hino ao corpo e às vozes das mulheres latino-americanas, ecoando a linguagem e a vida em subversão.