Histórias pitorescas sobre grandes personagens da Música Popular Brasileira, os primórdios da Jovem Guarda e da televisão brasileira, reflexões sobre a vida, a contemporaneidade e até sobre a política em nosso país. Esse mix ora comovente, ora divertido, ora instrutivo compõe o livro de memórias do cantor e compositor Silvio Cesar, que completou 80 anos em 2019 – 60 anos de carreira musical – e reúne suas vivências e andanças, preservados graças à memória brilhante, em um livro ilustrado com fotos, muitas fotos.

Roberto Carlos, Hebe Camargo, Chico Buarque, Gal Costa (no tempo em que se chamava Maria da Graça), Pelé, Elis Regina, Chico Anysio, entre outros artistas brasileiros, desfilam pelas páginas de Silvio Cesar – 80 anos, em recortes afetivos e generosos que revelam como eram e ainda são essas pessoas na intimidade.

Alguns capítulos também mostram como a falha no cumprimento das leis afeta a vida dos compositores no Brasil. Não chega a ser denúncia, pois Silvio – autor e intérprete de mais de 250 canções e diretor da Sociedade Brasileira de Proteção e Administração de Direitos Intelectuais (Socinpro) – omite os nomes dos envolvidos. Gentileza de um músico que continua ativo, lançando novos CDs anualmente desde 2012, sempre com participações especiais de colegas como Alcione, Chico Buarque, Jorge Vercillo, Hermeto Paschoal, Zeca Pagodinho, Zeca Baleiro, entre outros. Seu trabalho mais recente é Viagens Paralelas (2018), com composições inéditas.

Silvio Cesar fala pouco de sua trajetória artística – prefere que as fotografias falem por ele – e muito das pessoas que teve o privilégio de conhecer e de conviver, situações que presenciou e que constituem a História da MPB, assim como um importante resgate da Cultura Brasileira – cada vez mais necessário em tempos de memória curta e comunicação fugaz.