Como o próprio título recomenda, Serendipidade, livro do poeta Eduardo Correa versa sobre a arte de encontrar o que não se está procurando, atraindo o acontecimento de coisas favoráveis. A voz poética, em obra promovida com criatividade, revela um estado de espírito capaz de um poder de percepção aberto à experiência, à curiosidade, ao acaso e à imaginação que, ao longo dos tempos, participa do movimento humano das transações materiais e imateriais. Grande assessor para assuntos aleatórios, o poeta verbaliza provas fora do objeto original mas ganhadoras de legitimidade justamente pelo encanto norteador das inusitadas explicações sobre o terreno do comum. Em verso nômade, Eduardo Correa questiona razões sedentárias e nos chama à reflexão e à ação, convocando as entrelinhas do mundo para compor a valsa das tentativas. Isto é, um movimento poético da vida em grande construção.

Marcos Fabrício Lopes da Silva Poeta, Doutor em Estudos Literários (UFMG) e Apreciador Literário. Jornalista (UniCEUB), Professor Autônomo e Pesquisador Independente.