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Agora nós perdemos as estribeiras, lançamos nossas picaretas de ferro na superfície de pedras e rochas inquebráveis. O que estamos fazendo de nossas vidas? Por que estamos juntos aqui neste domingo? Deus não nos deu o domingo para descansar? Ele ainda existe? Por que não nos devolve nossos filhos e por que nos pune com esse sol e esse estado que mais parece o inferno? Mas nós não nos vamos daqui. Aqui surgimos e seremos enterrados na mesma terra, onde descansam torturados e decompostos os cadáveres de nossos filhos. Depois de mortos, estaremos rondando essas terras por séculos. Nossas almas serão o tormento desse governo. Não nos esquecerão, nem que queiram. Vamos ficar gritando entre os espinhos, entre as montanhas e o eco da nossa dor não os deixará dormir o sono dos justos, pois não haverá justiça sem que todos estejam aqui presentes mortos ou vivos. Eu acredito que há gente viva debaixo da terra. Me chamem louco. Eu amo cada osso solitário das vítimas. Para mim, elas estão mais do que vivas, talvez tão vivas quanto nós que temos que vagar pelos campos sombrios. Juntos, mas sozinhos, pois ninguém acredita que há vida debaixo da terra. Eu juro: busquem vida sob o solo de Guerrero, parem de olhar para o céu. Eu vi as fossas, eu rezei pelos ossos, eu vi crânios, eram de gente que foi viva.
Nome
SEPULTURA DE PALAVRAS PARA OS DESAPARECIDOS
CodBarra
9788552400677
Segmento
Idiomas e Referência
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
01/05/2018
Páginas
224
Peso
300,00
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