Quem pode mais: o dinheiro ou o amor? José de Alencar desafia os valores de seu tempo - que, em muitos sentidos, são também os da nossa época - e revela a oposição entre desejo e ganância. No mundo de aparências da alta sociedade carioca surge sua heroína: Aurélia Camargo, que, em todas as suas inseguranças e contradições, lutará pelo poder da escolha verdadeira.

Raras vezes a prosa brasileira testemunhou estilo literário tão refinado quanto o que forja este genial romance de costumes.

Senhora, publicado em 1875, é uma das obras-primas de José de Alencar e um dos livros representantes do período romântico da literatura brasileira. Ao relatar a história de Aurélia Camargo e Fernando Seixas, um amor marcado por um choque intenso entre sentimentos e interesses financeiros, Alencar faz uma crítica mordaz aos costumes e valores sociais do Brasil Império, que continua atual até hoje. Nesse tempo, casar por interesses outros que não o amoroso era aceitável. Esse embate é espelhado pela obra de Ana Elisa Egreja. O sentimentalismo romântico, representado pela delicada estampa do tecido ao fundo, opõe-se à imposição do luxo, evocado pela imagem dos faisões mortos.