Nada é mais urgente que elaborar um pensamento e uma inteligibilidade do mundo alternativos àqueles que o neoliberalismo soube impor a todo o planeta. Nós precisamos de uma filosofia política, e essa não pode consistir em um simples retorno ao socialismo, ao comunismo, ao anarquismo ou ao liberalismo clássicos. Essas grandes ideologias da modernidade não estão mais à altura dos problemas que temos que enfrentar.

Chegou a hora de delinear um avanço coletivo decisivo no campo das ideias. Isso não poderá resultar da simples soma de análises desenvolvidas por tal ou qual filósofo, economista ou sociólogo individualmente, por mais justas que pudessem ser. Porque não bastará que essas análises sejam justas; se elas o são, ainda será preciso que sejam amplamente críveis e partilhadas e, se possível, em escala global. Essa é a aposta deste Segundo Manifesto Convivialista: se apresentar como o resultado do trabalho de um intelectual coletivo, tendo quase 300 signatários de 33 países diferentes na versão francesa, aos quais se somam nesta edição brasileira mais de 100 signatários de nosso país, oriundos das mais diferentes regiões, instituições, disciplinas, profissões e movimentos sociais.