“Em Ronda Noturna acompanhamos histórias durante uma noite, conduzidos pelos autores, que não economizam nanquim para criar o clima ideal. Histórias muito bem amarradas com artes incríveis e assustadoras. Os personagens parecem não estar tendo um bom dia e parece que os autores de Ronda Noturna não querem que tenhamos uma boa noite. Mas penso que é isso que esperamos de boas histórias de terror.” - Roger Cruz

“Ronda Noturna é você andando sozinho, no escuro, acompanhado apenas pelo seu próprio medo.” - Marcelo Campos

“Este livro é uma homenagem aos contos de terror, que, por sua vez, são qualquer coisa de homenagem a toda tradição de contos domésticos da linguagem oral, das ‘estórias’ de medo. Homenagem a esses pequenos monstrinhos que não deixam a gente dormir à noite, porque tem alguma coisa indefinível e indecifrável atrás da porta, em cima do armário, embaixo da cama, dentro da nossa cabeça. Diabretes em forma de palavras e imagens que ensinam coisas bizarras de maneiras sinistras. E que aguçam a curiosidade do ser humano desde sempre.

Histórias independentes. Contos ligados por uma figura que todos poderíamos conhecer: um senhor com um apito, no meio da madrugada. Na minha rua, ele usa barba. Perco noites pensando na teoria apresentada em Refração; na possibilidade de o medo desdobrar o tempo. Anos atrás, a república de uns amigos foi visitada por uma médium, que viu um velho de chapéu No canto do quarto. Quem me garante que ele não está por aí? E, confesso, ainda gosto de sentir um certo calafrio quando me lembro da garota húngara que encontrei num posto de gasolina no Jaguaré e que inspirou Que nem o Diabo. Sim, ela realmente existe.

Esse calafrio é que nos faz sentir o coração bater. É quando percebemos que há sangue nas nossas veias – e é bom que ele continue lá. É esse medo que nos traz uma percepção única da nossa efemeridade, da nossa pequenez, da nossa humanidade. É isso que nos liga. Somos todos vítimas em potencial nessas histórias embotadas de nanquim e sangue.” - Pedro Felicio