Em constante transformação, a mostra #RioUtópico, em cartaz no IMS Rio, é um projeto colaborativo da fotógrafa Rosângela Rennó. Inicialmente com cerca de 250 fotos de 50 localidades do Rio de Janeiro cujos nomes sugerem algum tipo de utopia, a exposição chega ao fim com quase 1000 imagens. Durante o período expositivo, moradores das localidades selecionadas e o público geral foram convidados a enviar imagens dessas regiões e de outras com nomes utópicos, que foram incluídas nas paredes. O grande mapeamento fotográfico e afetivo do Rio de Janeiro pode ser conferido na Galeria Marc Ferrez e no catálogo, cujo lançamento será no próximo dia 21 (sábado), às 17h, no IMS Rio. Na ocasião, a arista conversará com Maurício Lissovsky e Robert Pechman, historiadores e professores da UFRJ.

O catálogo é um livro-guia que reúne fotografias, mapas e informações de todas as localidades escolhidas pela artista, além dos lugares que chegaram pela contribuição espontânea de pessoas que enviaram fotos para o projeto. Com 480 páginas, a publicação também conta com texto de Thyago Nogueira, curador da exposição, coordenador de fotografia contemporânea do IMS e editor da ZUM, e de Robert Moses Pechman, historiador, professor e pesquisador do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ.

Durante todo o projeto, a artista trabalhou com jovens moradores das comunidades, que foram orientados a fotografar e pesquisar o local onde vivem. A colaboração deles foi o ponto de partida do trabalho, que contou também com uma convocatória aberta para que o público enviasse seus registros dos locais.

A mostra faz parte de um projeto da área de Fotografia Contemporânea do IMS que convida artistas consagrados para desenvolver novos trabalhos sobre temas já presentes nas coleções do IMS.

Conhecida pela pesquisa em torno de arquivos, das formas populares de circulação da fotografia e do desenvolvimento das cidades, Rennó foi convidada para desenvolver um projeto que refletisse sobre a paisagem do Rio de Janeiro, cidade onde vive e cuja imagem é frequentemente associada aos cartões-postais do Centro e da Zona Sul – território que corresponde a apenas 10% do município.