Embalada em papéis especiais semelhantes à de uma correspondência, Resposta traz a prosa poética de Elisa Nazarian. A narrativa trata de um tipo de relação humana que interessa a todos: o amor. Desde as primeiras linhas, o narrador se localiza como mediador na relação do casal protagonista da novela. E a história se inicia com a fala dele: "Eu não estava indo, na verdade eu vinha voltando. Eu queria mesmo só mais tarde e você me aparece assim tão cedo. Eu, ressequido de ruim, e você me inunda de um assim tão bom". Uma fala de dentro. Tão de dentro e despretensiosa que é quase um ensaiar a vida, o mundo e o texto. Uma fala comparável a Ulisses e Lóri de Clarice Lispector, em O Livro dos Prazeres. Esse esforço de Elisa em descobrir as vozes masculina e feminina dentro do discurso amoroso e Ulisses e Lóri expô-las entre o exuberante e o precário, cria um texto belo e movediço, sobre momentos cotidianos, acontecimentos significativos afetivamente e situações-limite. Resposta poderia ser apenas intransitivo, mas estabelece com o leitor um compromisso de resposta, nem que seja interior, porque a autora alcança um tom de voz comum a todos para falar.