Um colecionador e antiquário procura os últimos descendentes diretos de um respeitado clã paulista para comunicar sua descoberta: um manuscrito, dos tempos do Brasil Colônia, que revela a origem daquela família. A história do patriarca, degredado português, é um documento raro, valioso – mas também pode impactar profundamente a já decadente vida daqueles quatrocentões. Entrelaçando suspense com toque de humor, e explorando recursos de linguagem para pontuar enredo e personagens, Rosangela Petta constrói uma ponte entre o século XVII e o momento atual para fazer um recorte agridoce da sociedade brasileira. Nas palavras de Ivan Angelo: “A mão segura da autora tece bem amarrada a teia narrativa, que flui até o final em três tempos históricos, marcado cada um com linguagem própria. A história dialoga com a História. Com ironia por vezes cruel, Rosangela coloca em paralelo o início e o fim da opulência familiar. Pesco um exemplo dessa prosa excelente (As respostas vêm roucas, em língua baralhada, entrecortadas por sons extraídos de humores profundos. Como se o tropeiro mastigasse a vontade de dizer e a de não dizer.) e saúdo com entusiasmo esta nova voz na literatura brasileira.”