Jorge da Cunha Lima nos deixou em agosto de 2022, pouco antes de completar 91 anos de idade. Sua trajetória foi marcante em áreas tão diversas como a administração pública, a atividade empresarial, a gestão cultural e o comando de importantes instituições de mídia. Durante todo o tempo em que exerceu essas atividades, jamais deixou de se dedicar à literatura, notadamente a poesia.

Porta-retratos é o resultado de uma vida toda de dedicação e apreço por pessoas.
É também uma obra que foi composta aos poucos, quase paralelamente à sua produção literária. Traz descrições, verdadeiros retratos falados, de pessoas que ele admirou, que ele amou e que ele teve como referência. Aí se incluem figuras públicas, amigos e pessoas da família. E foi exatamente dessa forma que Jorge compôs as três partes deste livro.

O resultado é uma combinação de (muito) boa poesia com boa conversa. O que é mais
interessante nessa obra, tão demorada em sua costura e tão fluente em sua leitura,
é que, ao mostrar cada uma das pessoas objeto dos poemas, se revela um novo
e diferente Jorge da Cunha Lima. É a obra póstuma de um poeta mais vivo do que nunca.