O texto busca argumentar em favor da "politicidade" das relações humanas, sobretudo do dinamismo da aprendizagem e do conhecimento. Refere-se também à idéia de "razão humana", sugerindo que a habilidade política faz parte do ser humano, em especial de sua razão. Retoma as tradições grega e biológica em torno do "animal político", mas é a sociedade igualitária, capaz de gerar relações democráticas de poder, que servirá de eixo para a discussão, referenciada pelo legado sociológico em torno da dialética do poder e do conhecimento. Nessa perspectiva, a tradição crítica é a mais marcante, uma vez que a mesma energia que pode esclarecer, iluminar e provocar consciência crítica, pode também investir em maquinações para alimentar a ignorância alheia. O entendimento do fenômeno do poder está na berlinda: embora, nas relações de poder, sempre exista a clivagem entre um lado que manda mais e outro que manda menos, o lado que manda menos não é descartável. Mais que isso, pode assumir estratégias de controle do poder, e esta é a saga fundamental da democracia. Nesse aspecto, recebe foco crucial o desafio da aprendizagem: para além de seu caráter técnico calcado na qualidade formal (manejo do conhecimento), é decisivo perceber seu caráter político, porque se trata de forjar sujeitos capazes de história própria.