Na piauí deste mês, Ana Clara Costa faz a anatomia do escândalo sexual que derrubou o então ministro Silvio Almeida, mostrando como a alta cúpula do governo reagiu e o impacto do caso no movimento negro (Estilhaços na sala). Fernando de Barros e Silva analisa o momento político da esquerda e da extrema direita (A motosserra e o jabuti).

Em texto originalmente publicado no jornal Le Monde, Morgane Le Cam ouve a confissão de um jornalista que trabalhou para a máquina russa de desinformação na República Centro-Africana (“A população foi manipulada”). Ainda no campo dos assuntos internacionais, os cartunistas Art Spiegelman e Joe Sacco, numa HQ originalmente publicada na revista The New Yorker, tratam da carnificina em Gaza promovida pelas forças militares de Israel em Gaza (Nunca mais!)

Os antropólogos Maria Luísa Lucas e João Kelmer descrevem a viagem de indígenas do povo Boe a Paris, onde tiveram contato com objetos coletados em seu território noventa anos antes pelo casal Lévi-Strauss (O reencontro).

Em seis páginas, a revista publica um texto de Abdias Nascimento (1914-2011), que nunca foi publicado em português. Nele, o artista e pensador explica o racismo brasileiro aos gringos (A vitalidade espiritual da raça negra).

Na última parte da série O Complexo, Bernardo Esteves mostra o desafio que o SUS enfrenta para universalizar procedimentos de alta complexidade (A tecnologia e o dilema).

Um portfólio de Eddy Posthuma de Boer faz uma viagem no tempo – não tão remoto – em que os leitores estavam habituados a ler jornais físicos. As nove imagens foram feitas entre 1970 e 1996 em diversos países, da Turquia à Tailândia, do Japão à Venezuela (Naquele tempo).

E mais: os 50 anos do Grupo Corpo (Pronqovô?), as denúncias que atormentam o Museu Britânico (Os escândalos do museu), a despedida do cineasta Cacá Diegues (Roliúde), as reflexões de Débora Vázquez (Por que não escrevo) e a poesia de Arthur Sze, que virá ao Brasil em abril (Forragem).

A diversão da edição está nos cartuns de Renato Terra (texto) e Caco Galhardo (arte), que revisitam ditados clássicos na era das redes sociais, e no Diário do Geraldo, o vice que tem suado para controlar o seu carisma (Trump vai taxar o chuchu).

Boa leitura!


André Petry
Diretor de redação