Uma reportagem de Breno Pires joga luz num fenômeno crescente, mas ainda pouco visível: como o Tribunal de Contas da União, em parceria com o governo, expandiu seus poderes e passou a selar acordos bilionários longe do escrutínio público (“Vai, Bruno!”).

Fernando de Barros e Silva recorre a filmes brasileiros para falar do desconforto difuso que toma conta do país (Cenas de um mal-estar).

Allan de Abreu mostra como o Brasil tornou-se um paraíso para o tráfico de crianças recém-nascidas (Vendem-se bebês).

Karla Monteiro descreve o impacto da corrida pelo lítio, elemento químico usado nas baterias de carros elétricos, sobre as cidades mineiras do Vale do Jequitinhonha (Pobre cidade rica).

Bernardo Esteves perfila o arqueólogo Eduardo Neves e descreve como seu trabalho está redefinindo a história civilizatória da Amazônia (A floresta é a pirâmide).

Pedro Tavares investiga o avanço de um movimento artístico – a MIC, Música Indígena Contemporânea (Originários, atuais e futuros).

José Francisco Botelho conta como a dramática enchente no Rio Grande do Sul arruinou livros de editores, escritores e leitores (Combateremos à sombra).

Atef Abu Saif, escritor e ex-ministro da Cultura da Autoridade Palestina, narra a inominável tragédia humanitária que os palestinos vêm enfrentando na Faixa de Gaza (“Não existe mais ‘lá’”).

Dorrit Harazim se despede de William Anders, o astronauta que, próximo à Lua, fez uma das fotos mais famosas do mundo – o nascer da Terra (Nosso oásis indefeso).

Além dos textos de Alexandre Vidal Porto (Bracarolli) e Matías Serra Bradford (Tentativa outonal de ler em um café portenho) e a poesia de Lubi Prates (Os seus gritos por mãe, mamãe), veja as fotos de Cristiano Mascaro, o fotógrafo oficial das obras monumentais de Richard Serra (O poeta do aço).

Por fim, em seu diário, Geraldo (por Renato Terra) tem uma epifania e, finalmente, compreende as razões de sua guinada à esquerda (Eureca!)

Boa leitura!

André Petry
Diretor de redação