Nesta edição, a piauí traz uma reportagem de Chico Otavio sobre os bastidores da investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, que durou seis anos e, ao fim, revelou um estado apodrecido pela infiltração de agentes públicos criminosos (Arqueologia de um crime).
Ana Clara Costa faz o perfil de Ali Kamel, que por duas décadas comandou o jornalismo da Globo, e mostra que sua saída marca o fim de uma era na maior emissora do Brasil (O cardeal Três).
De Lisboa, Simone Duarte conta como as canções estiveram presentes – antes, durante e depois – nos acontecimentos que deflagraram a Revolução dos Cravos, que há cinquenta anos restabeleceu a democracia em Portugal (Começou com música).
Roberto Andrés viajou até Belém para investigar os desafios urbanos e ambientais que a cidade está enfrentando para sediar a 30ª edição da conferência da ONU sobre a mudança climática em novembro de 2025 (Vai ter COP).
Angélica Santa Cruz relata a história da médica paliativista Ana Claudia Quintana Arantes, que se transformou na mais alta voz na luta pelo direito de morrer bem no Brasil (Por um último e sereno suspiro).
Em texto escrito a propósito dos 80 anos que Chico Buarque completará em junho, Ana de Hollanda rememora a infância, a adolescência e o início da fama do cantor e compositor (Chico Buarque aos olhos da irmã menor).
Em dez páginas, a piauí traz uma seleção da coletânea Las cartas del boom, nunca publicada no Brasil, que reúne a correspondência trocada ao longo de anos entre quatro dos maiores escritores latino-americanos – o mexicano Carlos Fuentes, o colombiano Gabriel García Márquez, o argentino Julio Cortázar e o peruano Mario Vargas Llosa (Cartas dos compadres).
Na abertura da revista, Fernando de Barros e Silva fala da brutalidade inaudita da Polícia Militar do governador Tarcísio de Freitas (Licença para matar). E, no fechamento da revista, Bernardo Esteves se despede da época geológica que foi embora sem nunca ter chegado – oficialmente (O Antropoceno já era).
Mais:
* A história em quadrinhos com texto de Reinaldo Moraes e desenhos de Caco Galhardo (Desavisado)
* A ficção de Vanessa Barbara (Quem nasce no inverno) e o poema da americana Amanda Gorman (A verdade em uma nação)
* E, claro, o Diário do Geraldo, desta vez em estado de dolorosa decepção (Memórias póstumas de um comunista).

Boa leitura,

André Petry
Diretor de redação