Nesta edição, a piauí apresenta um pacote pedagógico para os tempos bicudos em que vivemos.

Um ensaio profundo discorre sobre a desfiguração que o bolsonarismo vem promovendo no Brasil (A destruição, de Renato Lessa), e uma reportagem mostra como os países entram no time das autocracias – e por que o Brasil já está lá (No pior clube, de João Gabriel de Lima). Por fim, um artigo alerta para o risco real de uma ruptura democrática no Brasil (Quando será o golpe?, de André Petry).

Na esperança de que a democracia resista, uma reportagem traz um perfil do tucano Eduardo Leite, o governador gaúcho que está na disputa interna do PSDB para ser o candidato presidencial do partido (Estou no páreo, de Consuelo Dieguez).

Completando o conjunto de textos sobre democracia, a jornalista María Teresa Ronderos explica os grandes protestos que ocuparam as ruas da Colômbia por semanas a fio (O impasse colombiano), e, num mergulho no passado, Claudia Cavalcanti revela o conteúdo de sua própria ficha nos arquivos da Stasi, a polícia secreta da antiga Alemanha Oriental (Uma história acabada).

Mudando de assunto, a edição traz três textos imperdíveis:

Angélica Santa Cruz mostra a vida e a obra de Júlio Lancellotti, o sacerdote mais inquieto do Brasil (O padre que morde).

Adriano Apocalypse Cirino conta nos mínimos detalhes o seu pavor de baratas (De pernas pro ar).

Raffi Khatchadourian alerta para o acúmulo de artefatos humanos na órbita da Terra (O perigo do lixo espacial).

A edição ainda tem poemas de Bolaño, duas páginas de piauí Herald e os cartuns de Caco Galhardo e Renato Terra. Mas, como o Brasil não dá trégua em suas misérias, temos outra nota triste, mas fundamental: uma carta comovente em que a cantora Elza Soares compartilha suas próprias perdas com Jacklline, a mãe de Kathlen Romeu, a jovem morta durante uma ação de policiais militares no Rio de Janeiro (Estaremos juntas nessa guerra).

Um abraço,
André Petry
Diretor de redação