A piauí está de aniversário. Lá se vão 14 anos desde que a revista chegou às bancas pela primeira vez, trazendo na capa um pinguim de boina, criado pelo cartunista Angeli. Nesta edição, Angeli volta a mostrar nosso mascote, agora com gélida disciplina e regurgitativa indignação, prestes a entregar-se à tarefa de limpar os destroços da destruição.

Nenhum leitor da piauí perguntaria: que destruição? Todos os meses, os jornalistas da revista têm se empenhado em mostrar os rumos – ou falta deles – que o Brasil vem tomando. E, neste número, fazemos um sobrevoo excepcional sobre os tempos pandêmicos que vivemos.

Confira:

João Moreira Salles mostra que, entre as várias razões para preservar a biodiversidade da Amazônia, uma é pouco conhecida: a floresta é um reservatório fabuloso de vírus (O elefante negro). Camille Lichotti, em sua estreia na revista impressa, conta em detalhes como Florianópolis acabou tornando-se vítima de seu próprio sucesso no combate à pandemia. E Tiago Coelho descreve a luta dos mais pobres para estudar com as escolas fechadas (O ano da luta).

Outras três reportagens, embora independentes, mostram a semelhança política entre o Brasil e os Estados Unidos. João Gabriel de Lima relata as divisões que a gestão Bolsonaro está produzindo entre os liberais (As direitas em choque) e Luigi Mazza revela como o lobby evangélico cresce num Estado laico (No reino do poder), enquanto Marcos Caetano, da Flórida, narra o estrago que a polarização faz nos Estados Unidos, onde Trump acaba de nomear uma católica conservadora para a Suprema Corte (Guerra cultural no meu quintal).

Com 92 páginas, a piauí tem muito mais.

Inclusive, espalhados pela edição, os treze pinguins que apareceram nas capas anteriores de aniversário.

Boa leitura e divirta-se.

André Petry
Diretor de redação