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Escrita provavelmente em 1608, Péricles, príncipe de Tiro é a primeira peça (no jargão crítico “romance”) do período final e mais amadurecido da dramaturgia de William Shakespeare.
Embora os motivos ainda não estejam inteiramente esclarecidos, a peça não foi incluída no célebre Fólio de 1623, primeira coletânea das “obras completas” do dramaturgo de Stratford-upon-Avon. Curiosamente, a não inclusão na coletânea talvez se explique porque o trecho que corresponde aos dois primeiros atos do venerável périplo do protagonista pelo Mediterrâneo, na divisão da peça em atos feita posteriormente à sua primeira publicação (em 1609) não costuma ser atribuído a Shakespeare, mas a um colaborador, George Wilkins, segundo a opinião da maioria dos estudiosos. Contudo, a probabilidade de colaboração, em vez de ser demérito, é fator que garante ao texto a fascinante perspectiva da inescapável realidade da cooperação entre os agentes do fazer teatral.
Ao “ressuscitar” John Gower, poeta inglês medieval que aqui aparece para narrar a velha história das aventuras do príncipe de Tiro, a peça é um brilhante híbrido que se situa entre narração e atuação, entre o romanesco e o teatral. Péricles é admirada por sua complexidade psicológica e dramática, especialmente na renomada cena do comovente reencontro do protagonista errante com a filha, Marina, no quinto ato (cena 21). Esse momento muitas vezes é comparado ao reencontro de Lear e Cordélia no quarto ato de Rei Lear, em que emoção e linguagem poética se mesclam de modo contundente. Os críticos têm igualmente destacado a inspirada intervenção da música, da magia e do sobrenatural, aliás, elementos típicos e cativantes que ressurgiriam nos romances que Shakespeare escreveria a seguir.
Péricles, príncipe de Tiro foi um estrondoso sucesso em 1608, talvez o maior êxito de público da carreira de Shakespeare, e foi a primeira peça do bardo a ser reencenada quando os teatros londrinos reabriram em 1569-60, após a Guerra Civil. Sobretudo no mundo anglófono, montagens do texto têm ressaltado as características fantasiosas do enredo e o recurso à pompa, por exemplo, no desfile e apresentação dos cavaleiros no segundo ato (cena 6). O movimento da ação da peça, de porto em porto, antes de ser empecilho à realização cênica, é elemento que pode ensejar montagens livres e ágeis, que apostem na capacidade de a palavra se tornar ação, bem como na cumplicidade e na imaginação do público para situar geografias e histórias. Eis, portanto, Péricles, príncipe de Tiro, colaboração de autores dramáticos, arte de narração e ação, romance e teatro, à disposição do leitor e do ator.
Nome
PERICLES, O PRINCIPE DE TIRO
CodBarra
9788573213607
Segmento
Artes
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
Páginas
176
Peso
250,00
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