Partindo do princípio de que a música é uma forma peculiar de pensamento, Sérgio Bittencourt-Sampaio consegue estender suas ideias além do conceito de arte em si, estabelecendo relações com o momento em que as músicas foram concebidas, o contexto social da época e a própria maneira de o compositor se expressar.

Dessa forma, ele nos apresenta textos que abrangem dados biográficos dos autores, detalhes das obras, estruturas sociais e individuais, traçando um fio contínuo e indivisível, que reúne arte, pessoa, meio ambiente e costumes.

Ao utilizar esse método de observação nas suas publicações, o autor não se limita apenas a aspectos técnicos ou puramente estéticos das obras, mas estende seu pensamento a uma dimensão mais ampla, na qual cada uma contém em si grande diversidade de itens que se desdobram em várias interpretações.

Assim, ao evocar três nomes significativos da Música (Bizet, Schumann e Francisco Braga), consegue estabelecer um padrão de narrativa em que condições psicológicas e situações externas estão de tal modo integradas, que propiciam maior compreensão das respectivas composições, permitindo aos leitores usufruir a abrangência do fenômeno musical em ampla dimensão.