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Ninguém acredita ser capaz de praticar um crime... até o cometer.
Lisa Trejman é o exemplo perfeito do que a justiça francesa considera uma mãe ruim: é argentina, judia e imigrante e recebeu uma medida protetiva para se afastar dos filhos gêmeos após trocar agressões com o marido. Farta das breves e esporádicas visitas assistidas aos meninos, decide atear fogo à casa onde eles moram com o pai e sequestrá-los. Foge com os gêmeos num carro roubado enquanto rememora as lembranças amargas de um relacionamento fadado à ruína, vendo até onde é capaz de ir para afastar os filhos do ex-marido, mesmo que para isso seja necessário cair na clandestinidade e comprometer o bem-estar das crianças.
Em Perder o juízo, Ariana Harwicz concebe algo semelhante a um road movie no qual sua prosa afiada, cinematográfica e de sombria beleza mais uma vez destroça os clichês que cercam as noções de família, maternidade e relacionamentos. Também lança luz sobre a violência vicária, mas sobre seu tipo menos comum: quando a mãe usa os filhos para atingir o pai. Afinal, para Harwicz, qualquer pessoa está a apenas um passo de se tornar um criminoso.
MOTIVOS PARA LER ESTE LIVRO 1. Em seu novo romance, Ariana Harwicz apresenta ao leitor uma mulher que perdeu a guarda dos filhos e decide fugir com eles; uma argentina judia e imigrante que vive no interior da França. “É quase eu, mas não sou eu”, brinca a escritora, que viveu um episódio semelhante ao perder por três meses a custódia do filho mais velho.
2. A maestria de Harwicz não está apenas no enredo, mas, acima de tudo, na linguagem, na construção das frases, em uma sintaxe intricada que retrata a protagonista sem buscar a empatia do leitor.
3. A narradora conta sua história em dois tempos verbais que, por sua vez, se multiplicam: o presente, o do julgamento perdido e do sequestro dos filhos; e o pretérito perfeito, nas recordações em que revela as dificuldades para engravidar, a presença sufocante dos sogros, os detalhes de um relacionamento agressivo, exagerado e tóxico.
4. Há outras questões relevantes abordadas: o classismo da burguesia, a hipocrisia do Ocidente e a violência vicária: aquela na qual o agressor utiliza como instrumento uma terceira pessoa (os filhos, em geral) para infligir sofrimento e violência no outro cônjuge, que constitui a verdadeira vítima da agressão; aqui, porém, é a mãe que usa os filhos para atingir o pai.
5. Um livro na tradição de Sylvia Plath e Clarice Lispector: contundente e conflituoso, mas ancorado em uma beleza e um lirismo extraordinários.
Nome
PERDER O JUIZO
CodBarra
9786587342719
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
16/09/2024
Páginas
128
Peso
158,00
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