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Pelo autor, temos neste Pentagrama acidental a reunião de cinco novelas. Mas, para Ivan Cavalcanti Proença, convidado para fechar este volume com um posfácio, temos uma novela e quatro contos. Seja lá do gênero que for, cada uma das cinco novelas (ou contos?) desse pentagrama confirma a qualidade da narrativa de Helio Brasil, que de acidental nada tem. São antes o resultado de um escritor que mostra o amadurecimento da sua arte. Mesmo na dúvida quanto ao gênero, podemos afirmar que este livro de Helio Brasil faz parte do que melhor se escreve na literatura brasileira contemporânea.
E por quê? Porque Helio assume sem nenhum disfarce uma perspectiva realista na descrição de personagens e cenários, talvez influência do seu fazer profissional como arquiteto que é. Assim, suas novelas são montagens estruturadas, com distribuição racional dos tempos e espaços da trama. Porém, há muito mais que isso, como, por exemplo, a densidade emocional dos protagonistas e a indicação precisa de que quem são, de onde vêm e o mistério de seus destinos, quase sempre essa a motivação das histórias.
Um mecânico bêbado tropeça na subida viscosa e mergulha os joelhos na vala, tentando enfrentar a escuridão e a náusea ao som da telenovela que ressoa pelos casebres vizinhos; o arquiteto curioso que se esgueira entre as imagens da igreja barroca e é surpreendido pela visão de uma estranha cerimônia e ainda a ansiedade da esposa solitária que corre para a porta, por onde entra o vendedor de livros, o rapaz sorrateiro nas transversais e becos, mão no gatilho, pensando na mãe e na irmãzinha, disposto a dar um arranco maior na vida, o velho cirurgião que, enquanto aguarda os amigos e um grupo de mulheres contratadas para um bacanal no sítio, escorrega seus olhos pelas colinas que se esfumam azuladas, a um passo do fim; as recomendações e os olhos negros da viscondessa que invadem a alma do jovem desenhista e no último texto, a novela unânime, o capuz do prisioneiro e o quase nada que ele alcança enxergar nas sessões de tortura.
Os pensamentos e falas desses personagens dispensam aspas, tomam o lugar do narrador e cada um deles ganha vida própria nos solos acidentados do pentagrama. Os enredos surpreendem, desafiam, divertem e emocionam. A linguagem flui com elegância e destemor, envolvendo o leitor.
Helio Brasil Corrêa da Silva é carioca, arquiteto, e autor de São Cristóvão — Memória e Esperança (Coleção Cantos do Rio, Relume Dumará, 2004), O Anjo de Bronze, contos (Oficina do Livro, 1994), A Última Adolescência, Romance (Bom Texto, 2004), O Solar da Fazenda do Rochedo – Memórias, com José Rezende Reis (Edição dos autores, 2010). Participou ainda de diversas coletâneas de contos ao lado de outros escritores nas editoras UAPÊ, Bom Texto e 7Letras.
Nome
PENTAGRAMA ACIDENTAL
CodBarra
9788564116788
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
Páginas
200
Peso
255,00
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