1989. O adolescente Caco está às vésperas de prestar vestibular, mas não sabe para que curso. Também está ciente de sua homossexualidade, mas não tem ideia do que fazer com ela, senão guardá-la como um segredo que lhe parece impossível dividir mesmo com a melhor amiga, Nara. Sobretudo, é em relação aos pais — a quem ele ama sobre todas as coisas — que mais lhe pesa esse segredo com o qual de algum modo ele terá de lidar, buscando uma saída que não seja sua revelação.

Mas há os hormônios em ebulição, há os muitos olhos atentos de sua cidade de interior, há o olhar dele que se demora sobre alguns meninos, pronto a denunciá-lo. Na claustrofobia desse universo, com um tanto de culpa, um tanto de medo e muita vontade, munido do arsenal lógico que desenvolveu ao longo de seus 17 anos e do conhecimento de mundo adquirido com as músicas que infestam seu cotidiano, aos poucos Caco criará uma matemática própria para tentar resolver suas equações.