A premissa do livro que temos em mãos é a seguinte: um nome já conhecido, com uma trajetória madura, indica um artista que ainda se encontra no começo ou meio de sua carreira; sublinhando, dessa forma, a importância de um olhar sobre a obra do outro. Assim, Antonio Dias elegeu Fabiano Gonper; Iole de Freitas, Mariana Manhães; Luiz Zerbini, Marina Rheingantz; e Adriana Varejão escolheu fazer uma homenagem, indicando um artista in memoriam, Ivens Machado (1942-2015).

Pacto Visual 2 é uma concisa celebração da importância das afinidades eleitas pelos artistas na constituição de suas obras. Seja dentro da história da arte, seja fora dela, recorrendo a outros tempos e espaços ou inserido na sua contemporaneidade, são múltiplos os vínculos cruciais para o desenho de uma poética. Se o leitor está tendo aqui o primeiro contato com a obra de Adriana Varejão, Ivens Machado, Luiz Zerbini, Marina Rheingantz, Antonio Dias, Fabiano Gonper, Iole de Freitas e Mariana Manhães, estou segura de que se trata de uma boa porta de entrada, tendo a fala dos próprios como ponto de partida e imagens de suas produções e do cotidiano de trabalho na privacidade dos ateliês. Caso o leitor já conheça todos estes nomes, certamente surpresas devem surgir em cada depoimento, nos quais são abordados os processos de formação e as referências que foram fundamentais para que conheçamos essas obras tais como existem hoje.