O veleiro brasileiro Charrua tornou-se internacionalmente conhecido em 1982 depois de ser atingido por um furacão no Atlântico Norte, a seiscentas milhas das Ilhas dos Açores. A embarcação pertencia a Jorge Northfleet, tradicional velejador gaúcho, que com toda a família a bordo sobreviveu ao evento trágico. A história dos Northfleet permaneceu adormecida durante 30 anos em meio a diários e cartas de bordo, tendo circulado apenas de boca em boca nos meios náuticos, em revistas voltadas aos aficionados de navegação, como a Vela & Motor, e mais tarde divulgada em alguns sítios da internet. Contudo, memórias não podem desaparecer com seus heróis. Depois de muitas induções, Ilá Northfleet decidiu legar aos leitores a sua experiência, rica em emoções, ansiedades, glamour, e dados históricos e geográficos. Para tal empreitada, Marilene Vargas, com propriedade, dá voz a Ilá, ao relatar a grande aventura, derivada de um sonho onde a imagem de um veleiro a navegar sob o sol materializou um grande desejo de liberdade. Esta é a história de uma empolgante aventura no mar e de como ela se converteu em um dos maiores acontecimentos náuticos de 1982. Um ano depois de partir do Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre, e navegar por toda a costa brasileira, Mar do Caribe e costa leste dos Estados Unidos, o veleiro Charrua, tripulado pela família Northfleet e mais um marinheiro, enfrenta o terrível furacão Ernesto, nas águas do Oceano Atlântico Norte, a 600 milhas das Ilhas dos Açores. A obra, construída com verve e estilo denso, conduz o leitor através de caminhos marítimos repletos de grandiosidade e mistérios, justificando a forte atração que o oceano sempre exerceu sobre o homem.