Em quase todas as lendas, há sempre um fundo de verdade: o problema é estabelecer o que entendemos por verdade. Algumas dessas lendas nos obrigam a fazer comentários ou comparações.
Ao tomar conhecimento da enorme tragédia que se abateu sobre Édipo, o nosso herói emite o seguinte comentário: “Pobre Édipo! Por que os deuses não intercederam para mudar o seu destino? Se não houvesse os deuses, o resultado seria o mesmo?”
A lenda de Prometeu, segundo a qual foi criado o homem, certo ou errado, nos tenta comparar com episódio similar narrado no Gênese, e é óbvia a figura excelsa do pai extremoso.
Embebido na lenda, o nosso herói passa por duas iniciações onde os sonhos e os números têm significados. Ele se defronta com os três maus companheiros e, em seguida, comparece ao templo de Apolo para se purificar e tomar conhecimento do seu oráculo, o que, sem saber, influenciaria sua existência, ficando evidente que, tangenciando a realidade e a lenda, a morte pode, também, conceder a vida.