Este livro desenvolve-se em duas vertentes de análise: a questão teórico-metodológica da pesquisa em ciências humanas e sociais aplicadas à educação e a sua historicidade no tempo-espaço da sociedade capitalista em que os professores vivem e exercem o trabalho docente. Historicamente, na sociedade brasileira, a educação da população é um assunto de interesse manifesto dos empresários. A Educação Básica é subsumida à Educação Profissional, para a preparação de mão de obra dócil à disciplina da produção, às restrições salariais impostas sob a exigência do corte de custos e adaptadas às necessidades produtivas. Neste contexto, tornam-se secundários os conhecimentos humanísticos e científico-tecnológicos adequados à leitura crítica do mundo atual, à sua integração com os saberes profissionais específicos e a ações capazes de transformar a qualidade da educação pública oferecida à população.

Maria Ciavatta, autora com grande experiência na área de Trabalho e Educação, reúne, aqui, a clareza na exposição das ideias e o rigor na fundamentação teórica da historicidade na pesquisa em Educação, de modo particular, em Educação Profissional e Tecnológica. Analisa a banalização dos termos “pesquisa” e “saber” e, nos cinco capítulos que compõem o livro, detém-se na questão teórico-metodológica e conceitual sobre o sentido do trabalho, a historicidade na pesquisa, a interdisciplinaridade e a formação integrada, o uso da fotografia na pesquisa social e os estudos comparados em Educação. Sem fazer concessões de caráter teórico, em linguagem acessível, o texto traz uma rica discussão sobre os temas focalizados, além de importantes referências bibliográficas. Pretende, assim, contribuir para a formação de novos professores-pesquisadores.