Filosofia e biologia, filosofia e medicina, filosofia e história das ciências da vida: são várias as articulações do saber filosófico implicadas na composição de um trabalho que trata das reflexões de Bergson e Canguilhem acerca do fenômeno vivo. Ocupando-se de delimitar qual a natureza e a significação do vital, visando observar como e a partir de quais condições o homem de ciência faz da vida um objeto para o saber positivo, mas também de mostrando, nesse trajeto, os limites dessa instrumentalização científica do vital e os meios de contorná-los, Bergson e Canguilhem oferecem, por caminhos nem sempre coincidentes, uma imagem dos modos pelos quais a vida e o conceito podem se relacionar. E se engana aquele que, em face dessa relação, de saída concluiria pela adversidade ab soluta da vida e do pensamento – seja no plano cognoscente, seja no plano pragmático. Contra essa visão unilateral de tão cara relação para filosofias que se ocupam da vida se erguem as reflexões de Bergson e de Canguilhem tal qual apresentadas nessa obra.