O NOVO NO OVO vem no fluxo corrente da pesquisa estética da poeta Paula Valéria Andrade, que por ser artista visual, traz na formação a paixão pela grafia. Poesia Visual. Novas buscas. A figura e o fundo. Explora assim, a concretude e a visualidade, subjetiva e simbólica, das iconografias e seus códigos viventes, na poesia e no cotidiano que a cerca, no âmbito urbano. Inovações no mesmo. O novo no mesmo ovo.
Na busca, a poeta se pergunta: até que ponto, a consciência humana se relaciona de fato, com as coisas reais – ou o que acreditamos ser a realidade – ou com os NOMES que damos, as coisas reais? De Beckett a Borges, passando por brasileiros, de Oswald de Andrade a Leminski, até a poesia concreta de Haroldo e Augusto de Campos, e Décio Pignatari, todos se perguntaram, “as coisas reais, ou o nome que damos as coisas reais”? O que vem primeiro? A poeta tem como referência a mescla de linguagens simples das ruas, gírias e dialetos, com a pesquisa de eruditos como os modernistas, tropicalistas, concretistas e neoconcretistas brasileiros, passando até o movimento dos Beatniks, como Allen Ginsberg e Kerouak. Sem contar, suas leituras poéticas de Alice Walker, que influenciam um olhar mais afiado, como mulher e autora contemporânea. Como podemos ler na frase: “Quanto mais eu me questione, mais eu amo.” - Alice Walker; que traduz muito a pulsão da escrita. E a estética do ovo de Tarsila do Amaral, inspira após 100 anos da semana de 22, reavivando a valorização das mulheres nas artes.
A proposta do livro é um projeto provocador poético-imagético e mix-media, transmídia no todo, com fusões de suportes tecnológicos nas múltiplas linguagens poéticas experimentadas num mesmo tema, a partir do impresso os desdobramentos de audiovisual e vocalizações da poesia. A construção de uma metalinguagem poética VERBIVOCOVISUAL > poesia + grafia + fotografia + performance + sonoridade + imagem + verbo.