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Ele é um mestre da crônica, um grande memorialista e um observador imbatível do cotidiano, capaz de nos contar novidades sobre coisas triviais que já imaginávamos inteiramente decifradas, como a passagem do caminhão de lixo ou o biscoito molhado no café.
Ele é um intérprete fiel do que é ser humano no mundo que coube à sua geração: seus hábitos, suas lembranças, suas saudades.
Ler o Zanatta é se identificar com certas perplexidades que todos temos, mesmo quando ainda não sabemos disso.
Por exemplo, como é possível “entender como se ia a São José com pista simples e carros mequetrefes em duas horas e 45 minutos, e hoje, com estrada duplicada e carros potentes, continua se levando duas horas e 45 minutos”?
Nunca fui a São José, mas passei a infância indo a Friburgo, e conheço essa sensação. E também sempre adorei atazanar siris na praia, mas isso já são outros quinhentos, outra crônica. Ler o Zanatta é descobrir quantos sentimentos nos passam pela cabeça a todo instante sem que sejam enunciados; é flutuar na sua escrita tão limpa, e se surpreender com a delicadeza da sua visão. De cachorros a passarinhos, de viagens a telhados, nada escapa à sua observação. Um dia a filha pede carona até a casa de uma amiga que mora na Bela Cintra, exatamente no prédio construído onde, um dia, fora a casa da sua infância. O que seria apenas coincidência virou poesia.
Digo isso com um pouco de receio. A poesia, coitada, tem sido incompreendida e mal interpretada, abusada a tal ponto que, quando se diz que um texto de prosa parece poesia, a plateia revira os olhos e espera pelo pior; mas a verdade é que eu não conheço palavra que defina melhor o que ele escreveu:
“Filha, você vai pisar no céu da nossa casa. Acima do quintal onde a gente jogou tanta bola, da cama onde meus pais namoravam, da parede onde eu desenhava, escondido atrás da cortina, da escada de onde um dia caí e rolei vinte degraus. Tanto que eu olhei para cima, para o céu sem estrelas e cor de cobre de São Paulo – procurava você lá no alto, andando por cima de tudo o que a gente era?”
“O máximo que consegui” é artigo raro, um pacote de inteligência, humor e delicadeza num momento de trevas. Muito obrigada, Cássio Zanatta. É disso que precisamos.
Nome
O MÁXIMO QUE EU CONSEGUI
CodBarra
9786599485428
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
01/01/2021
Páginas
204
Peso
408,00
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