As lendas e a tradição ancestral dos griôs, do Ubuntu, a tradição da oralidade, da conversa ao pé do fogo ele ambienta na singeleza de uma avó que, na varanda de casa, transmite esses traços culturais, fazendo com que os netos percebam a magia contida em cada uma delas.
O autor torna contemporâneas, lendas e mistérios da ancestralidade afrodescendente. Esse recurso de vencer o tempo, de pular épocas, de trazer para o aqui e agora a tradução da floresta, do mar e seus mistérios é construído com maestria.

Na transposição para nossa língua, a principal comida de santo de OMULU, a pipoca, em iorubá, DOBORU, é chamada aqui de “flores”.

Omolu recebeu as pérolas como presente de Iemanjá, no entanto ocultou-as sob sua vestimenta de palhas. Ele valoriza a beleza interior, não as aparências. Só quando o vento de Iansã sopra forte que é revelado o segredo das joias, segredo que a palha guarda.