A imagem do desenrolar de nossa existência como um barco que faz água durante a viagem, exigindo cuidados e reparos continuados, aproxima o cotidiano de todos nós com o objeto deste livro: o aparentar, o dever, o pensar e o devir como modalidades do vir a ser humano. Raskólnikov, Svidrigáilov, Antônia, Paulo Honório, Jake La Motta e Artud são figuras que vivem no imaginário como homens sofredores de questões fundamentais para todos nós. São seres únicos nas infinitas possibilidades do vir a ser humano, ensinando-nos tanto no desvario quanto na felicidade. Eles nos mostram como os seres humanos vêm a sofrer e fazem os outros sofrer por meio de verbos ativos que delimitam modalidades desvairadas de modos de ser. Ensinam também sobre modalidades de Ser admiráveis. Os verbos implicam de antemão que o Sujeito é um ser de linguagem essencialmente cindido. Busca-se um entendimento melhor do Ser no dia-a-dia, apontando os percalços que levam à infelicidade e passos que podem facilitar um acontecer feliz.