Os irmãos Cosme, Damião e o pequeno e levado Doum descobrem a capoeira nos encontros com Pererê e com a índia Potyra e outros seres lendários da cultura cabocla, negra e indígena. Com os gêmeos Ira e Iraê e a inseparável cobrinha, vão ao encontro do grande guerreiro Guiriri, ou Ogum Rompe Mata, capaz de ajudá-los a combater Arokô e aqueles que fizeram a Mãe Terra tremer. A batalha é árdua e a estratégia deve ser poderosa.

A capoeira tem o poder de falar com todas as pessoas. Toca um canto escondido no coração de cada um. Uma luta, uma dança, um jogo. A capoeira é livre pois não aceita definição alguma. Ela é arredia e ao mesmo tempo é mãe. Recebe, aceita e exalta as diferenças de seus filhos, todos fruto da semente de seu corpo intocável, invisível, e ainda assim, tão profundamente, presente na alma daqueles que aceitam conhecê-la de coração aberto. Para os que só querem usá-la como arma, a vaidade funciona como uma cortina negra. Não os deixa perceber essa magia. Essa chama que acende no peito de um capoeira quando ele se ajoelha a frente de um berimbau e entoa o seu canto de guerra.

O livro é acompanhado de um CD com a narração da história pela própria autora, os cantos de capoeira, com a participação do percussionista Dalua, um glossário, e textos complementares sobre a influência da cultura africana na música.