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Neste livro de estreia, a poesia de Manoella Valadares assume seu devir-medusa, na medida em que, como uma água-viva, flutua pelas, às vezes, densas águas do cotidiano. Por esse fluxo, o título emerge em um lugar ambíguo entre a afirmação e a interrogação — a certeza de que ninguém morreu se confunde com a dúvida sobre uma possível morte, ainda não enunciada. Isso não quer dizer, no entanto, que os poemas, em seu conjunto, narrem uma história calcada nessa dualidade. Na realidade, eles mobilizam uma certa teatralidade que elenca e justapõe cenas turvas, quase submarinas, anfíbias, de modo que Ninguém morreu naquele outono, tomado em sua totalidade, funcione como um festival de pequenas peças que dialogam sem que uma explique ou elucide a outra. Por essas águas, sempre que algo é dito, em outro movimento, algo se perde; eis aí o nado ondulatório da medusa.
“Os anfíbios têm duas vidas. Ao ler a epígrafe de Hilda Hilst que está neste livro (“e vou morrendo. Entre terra e água / Meu existir anfíbio”), você pode imaginar que os versos que seguirão falam de oposições e dualidades. De fato, Ninguém morreu naquele outono é um livro marcado pelas ambivalências. Como em “phármakon” (p. 37), onde a poeta mexe “o caldo virtuoso/ como se lá dentro Netuno/ beijasse cobras e pássaras marinhas/ que logo adoçariam/ aquelas bocas murchas”. Ora, nesse pequeno poema, quase todas as forças fundamentais dessa poesia se colocam: o mar, a vida anfíbia, a tendência dispersiva do sentido nos últimos versos e a palavra poética entre a cura e o veneno." (Rafael Zacca)
Nome
NINGUEM MORREU NAQUELE OUTONO
CodBarra
9786585830072
Segmento
Literatura e Ficção
Encadernação
Brochura
Idioma
Português
Data Lançamento
24/07/2024
Páginas
88
Peso
150,00
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