O relato de pessoas que desapareceram sem deixar rastro, das famílias que foram separadas pelas ameaças e mortes, de filhos que buscam seus pais até os dias de hoje; e de pais que procuram, desesperadamente, pelos seus filhos, se torna uma dor inigualável.

São muitos os casos ocorridos, não só no Brasil, mas na América Latina como um todo. Porém, é preciso olhar de maneira mais aprofundada para entendermos o que se passa no íntimo de uma pessoa que viveu naquela situação, suas buscas e frustrações diante de um inimigo que tinha cara, corpo, mas não dispunha de nenhum sentimento ou caráter.

A Ditadura no Brasil, para os militares, foi uma glória da imposição, da dureza nas decisões, e da injustiça declarada. Para o povo, busca pela liberdade de expressão, de pensar coerentemente uma unidade, onde todos pudessem viver em paz, construindo um país segundo o coração e a vontade de todos, e não de um grupo particular. Esse enfrentamento gerou muita dor e sofrimento. Marcou profundamente a vida de milhares de pessoas. Mulheres e homens tiveram suas vozes caladas, seus corpos dilacerados e almas desvanecidas, por causa da intransigência de uns e outros. Mas, apesar de tudo, a vida e as suas incessantes buscam buscas por uma realização continuam.

Uma das melhores maneiras de perpetuar um fato, é contá-lo às novas gerações. Não que gostemos de reviver fatos dolorosos, mas para que a história não se esqueça deles, e que, de preferência, nunca mais esses fatos se repitam. Um destes fatos, foi a época de chumbo pelo qual passou o nosso país. A Ditadura Militar, que durou quase trinta anos, foi um dos episódios mais dramáticos e vergonhosos que a população do Brasil já presenciou.