Nesta primeira edição autônoma de Morena, pena de amor, o leitor se depara com a certidão de nascimento do livro: tem o privilégio de acompanhar o datiloscrito de Cecília Meireles com correções de próprio punho. Escrito pela primeira vez em 1939, a obra foi publicada somente em 1973, dentro do sexto volume das Poesias completas de Cecília Meireles, organizadas por Darcy Damasceno.

Cecília projeta o mote da morenidade, introduzindo em nossa poesia moderna uma graça e um espírito brejeiro incomuns ou mesmo inexistentes. Como poeta que nunca se rende à solução fácil, Cecília concebe aqui um eu lírico que acaba construindo pontes para a revelação de várias tensões em torno da condição morena.

Uma obra que une força e delicadeza, e escrita como quem acaricia ideias e palavras encantadas.
Choro de pena,
choro de alegria,
me chamam Morena.
Sou Melancolia