Vento frio e cortante, acompanhado de chuva fina que sopra no Rio Grande do Sul. Vento de renguear cusco. De aniquilar os fracos. De ajudar na seleção dos que a ele resistem, aprimorando as espécies. Minuano: nome especial para cavalos e para cachorros fiéis ao dono. Recorrendo à memória de sua própria meninice, povoada de narrativas cinematográficas em que a presença do cavalo ocupava um lugar destacado, senão de protagonista, ou bebendo nas fontes de sua apreciável cultura erudita, desde os mitológicos centauros da cultura grega, aos garanhões que se celebrizaram, junto com seus cavaleiros, Tabajara Ruas cria Minuano, um crioulo que. . . Mas o melhor mesmo será deixar que o leitor – adolescente ou adulto – mergulhe no texto que por certo o deliciará, seja pelo desdobramento dos fatos, seja pela originalidade com que o autor uruguaianense – “não digo para me exibir” – em sua comovente novela imprime a este delicioso Minuano.

Minuano tem o sentido do épico e o sentimento de humanidade. Transitando entre as paisagens monumentais do sul do Brasil, participando de momentos históricos marcantes e carregando o estandarte da negritude por justiça e reparação, Minuano é uma narrativa de elegante delicadeza - e acompanhará o leitor para sempre.