Em Minha alma, um Picasso, Talissa Ladeia traz no seu texto uma alusão literária à arte do mestre espanhol. Assim como na pintura cubista, os textos são fragmentos que no seu conjunto trazem uma catarse da alma. O livro derrama um conjunto de emoções que gritam através de uma escrita cortante, sem medo de ferir ou de incomodar. A despeito de muitas vezes falar de temas que podem parecer inadequados para fragmentos literários, como “Asfixia” e “Vômito”, Talissa Ladeia o faz por meio de um texto ágil, com referências sofisticadas e ironia fina que a aproxima do leitor. Sem medo de expor a verdade de suas emoções, a autora cria em cada leitor a iminente necessidade de buscar, nos textos deste livro, aquele que melhor represente a sua própria verdade, a sua emoção mais urgente. Este é um livro para ler com ou sem sequência, pois cada texto existe no seu inteiro significado. Ele deve ser lido não como capítulos, mas como um retrato de bordas bem definidas de emoções que não pedem julgamentos. Esta é uma obra livre de regras literárias, despretensiosa de formatos, mas que se impõe como um convite a olhar a vida como a um painel expressionista de sentimentos.