Com uma narrativa ágil e sedutora, Hilda conta a história de uma casa e de seus moradores assombrados pela morte inesperada de uma menina. Apesar da grande tragédia que é a perda de um filho, este não é um livro sombrio, ao contrário, é uma história que aposta no poder da vida e que aponta os caminhos que cada personagem vai trilhar para conseguir superar o trauma e voltar a viver intensamente. São cinco mulheres e um homem, que vamos conhecendo aos poucos, através de suas próprias vozes. Sem pieguismos, mas com muita sensibilidade, Hilda vai nos apresentando os personagens e seus esforços para superar suas vidas paralisadas. Ana, mulher jovem, bonita e bem-sucedida que se isola e passa a viver sem brilho após a morte da filha; seu marido, Sérgio, que se nega a ficar parado, mas não encontra um novo rumo a seguir; Júlia, a avó que vive entre o sonho e a realidade; Beth, amiga de Ana e incapaz de criar sua própria vida; Amália, a empregada maternal e Gabi, a filha sobrevivente, que conversa com a irmã Clara, recriando-a na imaginação para não esquecê-la. Um texto sensível e delicado, em que a voz de cada personagem parece falar diretamente ao leitor, criando uma sensação de proximidade e de identificação com as pessoas e com seus esforços de superar talvez a maior dor que possa atingir uma família.