O título se explica no subtítulo. É disto que trata o livro de Francisco Paula Freitas. Inspirado, certamente, pelo verso de Augusto dos Anjos que abre o livro – “Sou uma sombra! Venho de outras eras”. – Millor Fernandes sacou o titulo do prefácio que escreveu “A Sombra que caminha”, em que afirma:

“A narrativa do Chico, da melhor qualidade literária, “histórica”?, sei lá, é comovente. Como sou contemporâneo, no livro me encontro com ele em inúmeros lugares em que nunca me encontrei com ele. Nas ruas, nos edifícios, no Rio Minho, no Timpanas, no Yankee, no Pardelas, no Zicartola, no bolinho de bacalhau edulcorado pelo tempo, em lugares que já desapareceram, mas na memoria permanecem mais vivos, como sombras transparentes, debaixo de edificações que se fizeram sobre eles. Chico, a sua sombra, passeia quase sempre melancolicamente, descrevendo pessoas, amigos, conhecidos, todos os que eram famosos no pequeno terreno geográfico em que vivíamos. A fama é perto. Mas, além da descrição de locais, de comportamento e modus vivendi que muitos já fizeram à sua maneira, Chico é único no conhecimento (sem frescuras) de comes e bebes”

Jânio de Freitas incumbiu-se da orelha, em que identifica no livro “um sentimento humano talvez ignorado pela ciência: a saudade gastronômica”.
E Cicero Sandroni ,da ABL, que também chancela o livro, compara o autor a Luiz Edmundo, “agora à maneira de Proust em busca do que restou daqueles anos do cabrito assado com coradas do antigo Capela, no Largo da Lapa”.

Na contracapa, destacam-se, entre outros, depoimentos de Darcy Ribeiro, Antonio Houaiss, Fausto Wolff, Chico Caruso, João Antonio, Benicio Medeiros, Manoel de Barros, Luiz Carlos da Vila e Wilson Martins.